[8.10.06]
Tentativa de Dramaturgia -Para Entender a alma de um Poeta-
ATO I
Moco: Entao nao me quer mais? Poeta: Nao eh isso... Moco: Entao me quer? Poeta:tambem nao. Moco: Entao...? Poeta: Voce fala tanto de amor mas nao entende a sua essencia...Como a alma de um poeta, nunca eh meia. Eh inteira. Eh repleta! Moco: Mas que plenitude eh essa que se esvai? Poeta: Nao se vai, nem se dissolve: se transforma!O amor eh mutavel, eh de todos, eh para o mundo. O poeta tambem o eh. Seu dever eh dissipar sentimentos, e, como faze-lo, sentindo apenas uma parte de todos os sentimentos do mundo e vivendo uma meia vida? Moco: O poeta eh sentimento. Eh amor. Mas nao ama? Poeta: O poeta nao so ama, como sente, respira e se alimenta de amor...e nao soh dele! Porem sendo este a sua materia impulsora, como quer entender a alma de um poeta se ninguem jamais entendeu o amor?Se o proprio amor eh contradicao como quer uma alma de poeta sem torcoes? Como quer arte sem contraste? Como quer paixao sem emocao? Como me quer sem entender que sou poeta e profeta de mudancas do meu ser? Moco: Eu nao quero um poeta...quero um amor! Poeta:Entao...eu te deixo meus poemas,um olhar penetrante...um beijo em seu semblante.E me vou!Fique com meu lirismo como lembranca de um amor nao vivido, fique com meus versos destemidos...Fique com a poesia feita da amante e nao com a amante feita da poesia. Fique...quieto e comedido e me ame atraves das minhas linhas. Moco:Mas ja te amava quando lia e nao a conhecia... Poeta:Sinto muito...Seu amor pelo eu-lirico eh tao simples, e ate cinico, comparado a profundidade da alma do criador-autor. Um poeta eh todas as facetas de seus poemas, e, voce, quer apenas um pedaco meu. Pois que fique, que como poeta cantarei o desamor. Como poeta me desato, me basto e me vou. Que como poeta amarei a todos, e a ninguem. Como poeta eu nao fico, nao estou. Como poeta eu nao sou...Eu SINTO! E nao posso sentir apenas meia vida,meia lagrima,meio amor...Como poeta eu te amei tudo o que podia e se esgotou...e voce, como leitor apressado, leu "meios versos" e chorou. Moco: Quando se tornou poeta sua vida se esgotou? Poeta: Nunca me tornei poeta, assim o sou. Como uma vaca eh uma vaca, um cao eh um cao, uma lagrima eh uma lagrima, um poeta eh um poeta, desde que vem a terra. Ser poeta não é profissão, ser poeta é uma parte do meu ser que ocupa e preenche todo ele. Assim sendo não sou mulher,não sou homem, adulto ou criança, sou POETA e nada mais completa o meu ser, porque meu ser, já no ventre da minha mãe, se fundiu com a poesia e eis-me aqui, uma "menina-mulher-poetisa".
[continua]
PS: Desculpem a demora...Provas e trabalhos. Talvez me ausente um pouco mais...Tentarei por em dia minhas leituras blogais! Bejoks
por -drika amaral 8:39 PM
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