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[4.8.06]
Solidao
Um vazio me invade o estomago.Olho ao redor, estou sozinha. Corro ate a janela,busco pessoas, porem a rua esta deserta. Deserta como meu coracao.
Minha alma gelada se arrasta, entre um comodo e outro, esperando que alguem surja do nada, simplesmente para fazer-me companhia.Eu sei, todos sabem...Ninguem aparecera.
Cerro meus olhos na triste esperanca de, em meus sonhos delirantes, poder encontrar pessoas. Nao falo nem de amigos, seria muito. Falo de pessoas. Qualquer pessoa.
Mas o tumulto de pensamentos que preenche meu cerebro me impossibilita de dormir.
Melhor seria sair de casa. Deixar tudo. Ir ao encontro de vozes. Mas como?
Minhas pernas ja sao arrastadas pelo doce sabor da idade.
Entristeco-me.
Paro diante do espelho. Vejo as marcas do tempo em meu rosto,em minhas maos. Uma lagrima sorrateira inunda com vida minha face ha muito desprovida de um purpuro sussuro de vitalidade.
Nao me importo com as marcas da vida sobre meu corpo,nunca me importei.
Mas me doi,profundamente, as marcas da velhice em minha alma. Doi, profundamente, ver que todos os entes queridos se foram. Deixaram-me, eternamente.
E, os que ainda vagueiam por este mundo, esqueceram-me, como esquecem um movel antigo num canto de um comodo qualquer. As vezes eles vem, tiram o po, passam um lustra moveis. E me deixam novamente...
(...)
Estou morrendo.
E poucos sabem o quanto isso me deixa feliz.
Acredito que na morte terei mais vida do que agora.
Entristeco-me,outra vez.
-Drika Amaral.
por -drika amaral 8:11 PM
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